Hoje terminámos o visonamento de "A Turma" e iniciámos o de "Escola de Rock". Poderemos dizer que ambos os filmes são sobre "a" escola. Se isso puder ser considerado como semelhança, talvez seja a única.
Passar "Escola de Rock" imediatamente após "A Turma" não é uma atitude irreflectida e, muito menos, inocente. Com esta reviravolta algo brusca no espírito e objectivos dos filmes que estamos a visionar pretende-se vincar bem a diferença entre o cinema comercial saído da máquina industrial que é Hollywood e um outro género de cinema, mais difícil de rotular, que podemos chamar como Cinema Europeu. Pretende-se acentuar o contraste entre dois universos cinematográficos bastante diferentes.
Os filmes de Hollywood têm como grande (e muitas vezes) principal ambição proporcionar boas vendas de pipocas e Pepsi cola. As salas de cinema transformam-se numa sinfonia de mastigadelas e daqueles barulhos irritantes que se fazem com as palhinhas de plástico quando o liquído da cola chega ao fundinho do copo. Talvez por isso se tenham vulgarizado os sistemas de som "surrond", quadrifónicos e ensurdecedores. Não há barulho de pipoca que resista!
O Cinema Europeu, por outro lado, é mais a dar para o intelectual. Se uma pessoa comer uma pipoquinha que seja o mais natural é que haja logo quem manifeste o incómodo por se estar a quebrar o silêncio, tantas vezes sagrado neste tipo de filmes.
Em suma, esta sequência de filmes nas aulas de Arte e Comunicação, pretende mostrar como ambas as máquinas de produzir filmes nos podem oferecer produtos agradáveis e interessantes. "A Turma" preencheu-nos um espaço de reflexão de alguma profundidade pela sua dimensão realista, "Escola de Rock" irá entreter-nos agradavelmente sem nos estupidificar demasiado.
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